quarta-feira, 15 de maio de 2013

Extrapopulares Superordinários - Cenografia DEMO 1.0


A proposta partiu de uma ideia simples de construir um movimento de retirar das coisas do lugar, e ao mesmo tempo coloca-las no lugar certo. Com esse movimento Duchampiano, conseguimos um olhar, saudosista recente. Estes objetos, representam à primeira vista, um momento de relembrança da rotina das pessoas até chegarem ao encontro/show. Pequenos fragmentos que usam desses totens como força motriz. Esses objetos em suspensão trazem momentos anteriores e muito antes passados pelo público.
Eles se chamam “Extrapopulares Superordinários”, devido ao choque das palavras, superpopular e extraordinários.
Extrapopulares, por serem aquém das pessoas, estão no pensamento coletivo, na memória afetiva e são figuras estereotípicas de estágios, fases e detalhes da rotina/vida. Um travesseiro nos remete a sono, cama, dormir, sexo, aconchego, infância. Já uma cadeira de praia, calor, sol, amigos, cerveja.
A derivação da palavra mais o objeto nos transpassam as mil possibilidades.
Superordinários por serem objetos normais e banais, mas que tem seu poder por estarem em local ao reverso. Estão separados e “endeusados” no cenário, como fotos em um álbum, ou pequenas relíquias da humanidade. Colecionismo, encantamento, encantar, colocar em um canto, dar encanto, dar um poder ao objeto por estar encantado.

Uma primeira proposta seria cobrir os objetos com palavras a que eles remetem. Eles viriam com peso simbólico e resultado. Mas descaracteriza-los com tinta branca é uma maneira de universaliza-los, e ampliar a chegada do efeito em um publico mais variado. A simples menção ou visão de um objeto específico nos traz a mente, momentos marcantes ou pequenos lapsos de memória recente da rotina.

Os “Extrapopulares” do dia a dia são o ovo colorido do botequim, um banco de praça no topo de um morro, ver uma coisa que sempre esteve lá, mas descobri-la ou redescobri-la no espaço, um detalhe.
Fazer com que os integrantes tragam objetos próprios para o grupo dos superordinários, funcionaria como agente de memória coletiva, um brinquedo de infância ou algo específico como uma roupa ou um lustre, contribuiriam com essa massa ativa de fragmentos.
Encontrar em cada objeto, um momento do cotidiano sagrado, extrair deles, momentos de amor e beleza no cotidiano seria algo que gostaria de chegar com a cenografia para a Orquestra Superpopular.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário! :)